terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Leões e Cordeiros- Muito bom!

O filme têm um elenco bastante conhecido dos cinéfilos de carteirinha, com Meryl Streep, Robert Redford e Tom Cruise. No enredo um senador tenta convencer jornalista a divulgar nova estratégia para guerra dos EUA no Oriente Médio. Enquanto isso, nas batalhas, jovens soldados tentam lembrar o que os fez se alistarem no Exército.
O filme mostra três óticas diferentes para o mesmo problema, a inacabável retaliação dos EUA aos ataques de 11 de setembro. Nas palavras de um professor a coragem para demonstrar que todos têm a sua chance de fazer algo. Vale a pena conferir a atuação dos atores consagrados e dos novos atores em uma diferente ótica sobre a "guerra contra o terror". O longa tem a direção de Robert Redford.

domingo, 30 de setembro de 2007

Este texto foi é meu e foi publicado na Revista Noivas Nordeste de agosto.

O sentido das alianças.

As alianças são usadas desde o começo da civilização não podemos precisar a época exata em que surgiram. Na Bíblia não existe nenhuma menção ao termo anel, mas no Gênesis é mencionada a palavra aliança para definir uma união.
O termo aliança, bérith em hebraico, possui o sentido de compromisso. O anel usado pelos casados tem a função da ambivalência de unir e, ao mesmo tempo, isolar. O anel se torna um protetor simbólico da união, colocar um anel no dedo de outra pessoa, significa aceitar a outra pessoa como um tesouro exclusivo.
A palavra aliança surgiu por volta do Século XV, provavelmente na Provance, na França, época em que nasceu o amor romântico. Com o significado de fusão, representou, a princípio, um anel simbólico de noivado ou de casamento. No século XV, nasceu a crença de que, no anular da mão esquerda, passa uma veia que vai diretamente ao coração, e que a forma circular do anel, sem começo nem fim, seria um prenúncio da continuidade do amor, lealdade e devoção ao longo da vida do casal. Alguns casais mandam gravar as iniciais do casal e a data do casamento.
Nos dias de hoje, existe uma imensa gama de tipos de alianças: finas, largas, modernas, tradicionais, entre outras. Mas o que importa em todas elas é que todas têm o mesmo significado
O designer de jóia Edmilson Menezes, quando questionado sobre o sentimento de produzir uma aliança, cita o poeta Fernando Pessoa quando este refere-se à cumplicidade de um relacionamento: “ ‘... Então eu te olharei com os teus olhos e tu me olharás com os meus.’ Isso me tocou profundamente quando ouvi, e a minha satisfação ao fazer alianças é sentir que consegui passar para elas este sentimento”.
Mais importante do que a forma ou o material de que a aliança for feita, é saber o verdadeiro significado de uma aliança, Antoine de Saint Exupéry nos mostra em seu livro mais famoso “O Pequeno Príncipe” o valor deste sentimento:

"- Vamos ser amigos? Pergunta o príncipe à raposa.
- Eu não posso, não me cativaste ainda!
- Que é cativar?
- É uma coisa muito esquecida pelos homens... Significa criar laços... Tu não és para mim senão um garoto igual a cem mil outros. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens de mim. Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Seremos um para o outro únicos no mundo...
- Não tenho muito tempo...
- A gente só conhece bem as coisas que cativou. Os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!!
E então ele a cativou...
E voltou à raposa: - Eu preciso ir... Adeus!
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Foi o tempo que perdeste comigo que me fez tão importante para ti. Os homens esqueceram essa verdade... “Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas.”
O ato de dar uma aliança a alguém é muito mais do que uma formalidade, é o selo de um compromisso infinito.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Desmantelo Azul - Carlos Pena Filho

Então pintei de azul os meus sapatos
Por não poder de azul pintar as ruas
Depois vesti meus gestos insensatos
E colori as minhas mãos e as tuas

Para extinguir de nós o azul ausente
E aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
Azul sobre os vestidos e as gravatas

E afogados em nós nem nos lembramos
Que no excesso que havia em nosso espaço
Pudesse haver de azul também cansaço

E perdidos no azul nos contemplamos
E vimos que entre nascia um sul
Vertiginosamente azul: azul.