sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Relatos de Viagem – I

Ao sair do Recife, pela primeira vez sem a companhia de meus pais, meu coração estava apertado receoso com o que estava por vir. Estava com uma grande amiga minha e seus pais, eles são para mim como uma segunda família eu não poderia estar melhor acompanhada. Mas o medo é algo irracional, não adianta lutar muito contra ele.
A adrenalina corria em minhas veias como fogo, parecia queimar todo o meu corpo. Sorte minha ou não tive pela frente 12 longas horas de vôo.

Recife-Lisboa e Lisboa-Veneza

A minha única visita a Europa tinha sido na primavera de 2006, desta vez cheguei em pleno inverno. Nunca senti tanto frio, a adrenalina havia dissipado e vi só poderia contar para me aquecer com as zilhões de camadas de roupa que tinha.

A minha emoção era maior. Estava pela primeira vez em solo italiano, a Itália que sempre sonhei em conhecer com seu povo mundialmente conhecido pelo charme e seus amantes. No caminho do hotel tive a confirmação do romantismo, um apaixonado C declara seu amor a sua amada J pichando (palavra tão feia para uma ação tão bela) em um muro um trecho da música Blower’s Daughter de Damie Rice “ I can’t take my eyes of you”. Nossa! Fiquei com inveja... Estava em uma das cidades mais românticas do mundo “sozinha”.

A paisagem fria com árvores sem folhas é muito triste, porém divino. Melhor descrita como uma mulher belíssima em depressão, foi abandonada pelo seu amado, ela se descabela no outono, se retrai no inverno e a primavera irá chegar e ela voltará a sorrir.

O hotel ficava em uma cidade ao lado de Veneza, Vêneto. A cidade é uma graça, linda bem diferente de Veneza, nos acomodamos e tomamos um ônibus para a famosa cidade de Veneza. Quando dobro o segundo quarteirão consegui ler uma frase em um cartaz, que simbolizava tudo que havia buscado nesta jornada “Art can break the rules”. Eu ali quebrando grande parte de minhas regras, o mais longe de casa que jamais estive.

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